Almeje o topo, mas aprenda a apreciar cada degrau

É cada vez mais comum encontrarmos pessoas frustradas por nunca terem conseguido trabalhar naquilo que amam. Colocam a culpa nos pais, nas circunstâncias da vida, no universo… Mas, para mim, a verdade é que elas nunca perceberam que não conseguiram seu intento porque entraram num círculo vicioso que eu chamo de “desânimo progressivo”. Explico.

Para atingirmos nosso objetivo principal, em qualquer situação na vida, devemos atravessar várias pontes. Aí é que pode começar o círculo vicioso.

Para trabalharmos naquilo que amamos, geralmente precisamos passar um grande período fazendo coisas das quais “não gostamos” e este, para muitos, é o grande problema. Por não gostarem do que estão fazendo, acabam ficando tristes, desanimados, quando deveriam entender que essas pontes são necessárias para alcançar o sonho de trabalhar no que amam. São imediatistas, impacientes, querem queimar etapas. Então, por não estarem satisfeitas com o que estão fazendo no momento, por não compreenderem que isso faz parte do processo, vão desanimando e, quanto mais desanimam, menos forças possuem para seguir em frente. Está estabelecido o círculo vicioso do “desânimo progressivo”.

Mas, mal sabem elas que fazer o contrário é muito mais fácil.

Conversando recentemente com um amigo, ouvi uma história muito bonita de quem conseguiu transcender, enxergar além do momento presente, vislumbrar o todo e não apenas parte do processo e se deu muito bem com isso. Contou-me que aos doze anos (naquele tempo iniciava-se a vida profissional muito cedo), seu pai conseguiu um emprego para ele em uma indústria de calçados, onde fazia de tudo. Depois, trabalhou em uma mercearia, em um escritório como office boy e em diversas outras tarefas. Mas, seu grande sonho sempre foi trabalhar em um posto de combustíveis.

Contou-me que desde pequeno “apreciava” o cheiro da gasolina quando seu pai ia abastecer o carro e sonhava em trabalhar em um posto. Até que num belo dia, saiu do escritório onde trabalhava e conseguiu, sob protestos de seu pai, um emprego no tão sonhado posto de gasolina. Iniciou calibrando pneus, lavando carros, depois abastecendo veículos, sempre estudando, até se formar em administração de empresas e hoje ser o diretor operacional de toda uma rede de postos.

O mais interessante foi que ele me contou tudo isso entusiasmado e feliz, ressaltando como cada tarefa desempenhada por ele foi importante. Rotinas de escritório, disciplina no processo de produção de calçados, atendimento ao cliente na mercearia e em outros comércios em que trabalhou e o relacionamento com colegas de trabalho. Ou seja, tudo foi importante em seu processo de crescimento profissional, até atingir seu objetivo maior.

Sugiro, então, para os que se encontram desanimados, que passem a enxergar a atividade que realizam no momento como uma ponte, um trampolim, uma etapa necessária para atingir seus objetivos. Que enquanto não trabalham no que amam, aprendam a amar o que fazem no momento. Não tente ir direto para o centésimo degrau. O tombo será inevitável. Curtam a subida, aproveitem e amem cada degrau, vibrando por terem subido mais um, até porque cada degrau possui um aprendizado único, um conhecimento e sabedoria do cotidiano que os tornará grandes profissionais quando estiverem trabalhando naquilo que amam.

 

Fonte: www.mundorh.com.br

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