É natural que as pessoas sejam estimuladas a rever seus objetivos e metas ao final de cada ano por meio de aulas, leitura, palestras, treinamentos ou mesmo de conversas com amigos que, em geral, avançaram mais rápido do que elas. Entretanto, antes de seguir adiante, pense e responda: alguma vez você conseguiu estabelecer objetivos bem definidos e metas claras? Depois de estabelecer, conseguiu acompanhar e promover ações concretas para atingi-los?
Seja honesto consigo mesmo: quantos objetivos e metas morreram no meio do caminho? Quantos planos de ação sequer saíram do papel porque a resistência interna foi mais forte do que a vontade de coloca-los em prática? Quantas decisões deixaram de ser tomadas antes mesmo de você avaliar os benefícios futuros?
Não sofra, você não é o único! Menos de 5% das pessoas conseguem levar adiante seus objetivos emetas, algumas porque sonham alto demais, outras porque desistem cedo demais e a grande maioria porque são filhos e filhas da procrastinação, essa praga que assola a existência humana por todos os cantos do planeta.
Dentre os principais problemas existentes para o não atingimento de metas, pode-se destacar: falta de objetivos claros, excesso de objetivos e metas muito elevadas. O primeiro fala por si só, o segundo requer energia além dos limites e o terceiro pode se tornar desestimulante com o tempo.
Portanto, aqui vai a minha primeira recomendação: tenha um número reduzido de objetivos e metas, compatível com a sua capacidade de realização e relevantes de acordo com o momento em que você está vivendo e para o qual estão sendo projetados. De nada adianta ter uma meta de economizar cinquenta mil reais no próximo ano se a sua renda não passa desse valor. Como é que você vai comer e pagar as demais contas?
Um número reduzido de objetivos e metas compatíveis são mais estimulantes do que tentar abraçar o mundo ou tentar ser tudo para todos. Lembre-se da máxima de Jack Trout e Al Ries, os mestres do posicionamento: quem quer ser tudo para todos acaba não sendo nada para ninguém, portanto, suas ações devem ser coerentes com o seu discurso.
Dentro dos elementos básicos de análise do coaching existem dez áreas da vida que podem ser trabalhadas: emocional, espiritual, física, intelectual, lazer, profissional e, por fim, relacionamento conjugal, familiar, íntimo e social.
As perguntas que sempre fazemos são: 1) de 0 a 10, qual é o grau de satisfação em cada área mencionada? 2) Se você quer melhorar um ou dois pontos numa área onde o grau de satisfação é igual ou inferior a 6 ou 7, o que você deve fazer? Assim nascem os objetivos e metas.
Talvez você ainda esteja se perguntando: qual é a diferença entre objetivos e metas? Objetivos são intenções gerais, desejos, sonhos não realizados. Exemplos práticos: economizar dinheiro, correr uma maratona, viajar para vários países, abrir um negócio por conta própria, comprar um carro, construir uma casa etc.
Metas são indicadores de quantidade e de tempo em que se pretende atingir os objetivos. Planos de ação são estratégias – ações – necessárias para atingir seus objetivos e metas. Simples assim: Exemplos práticos:
Objetivo: Economizar dinheiro para trocar de carro
Meta 1: R$ 24.000,00 ou R$ 1.000,00 por mês
Meta 2: 20 de dezembro de 2018
Ação: Abrir uma poupança automática ou adquirir um consórcio
Objetivo: Conhecer a Disney em família
Meta 1: 20 de dezembro de 2018
Meta 2: Comprar USD 500 por mês durante 12 meses ou um pacote de viagem compatível com o meu orçamento familiar.
Dessa forma, assume-se o compromisso definitivo de fazer algo acontecer por livre e espontânea vontade, dentro das suas reais possibilidades e num período de tempo razoavelmente estabelecido, compatível com a sua capacidade de realização.
Por experiência própria, posso afirmar que o problema não está nos objetivos, mas nas metas e nos planos de ação. Sonhar todo mundo sonha, querer todo mundo quer, porém, acordar cedo, mudar de hábito, persistir e resistir aos pensamentos negativos é para pessoas determinadas.
Como afirmou Napoleon Hill, originalmente, em seu best seller A Lei do Triunfo, a diferença entre o ordinário e o extraordinário está justamente naquele pequeno “extra”, ou seja, naquela vontade irreversível de caminhar um quilômetro extra para atingir o seu objetivo.
Por fim, aqui vai minha segunda e última recomendação: estabeleça de três a seis objetivos claros para o ano seguinte, no máximo, metas factíveis, relativamente fáceis de atingir, e pare de se frustrar ao fim de cada ano. Exemplos práticos:
Área Financeira
– Objetivo: economizar dinheiro para viagem em família no Natal e Ano Novo.
– Meta: R$ 6.000,00 em 12 meses.
– Ação básica: abrir uma conta poupança mensal no valor de R$ 500,00.
Área Física / Saúde
– Objetivo: reduzir peso / Melhorar o condicionamento físico
– Meta: 5 kg em 12 meses.
– Ação básica: realizar matrícula numa academia próxima de casa.
Área Profissional
– Objetivo: ler mais artigos e livros relacionados à minha área de atuação.
– Meta 1: 6 livros em 12 meses / 1 livro por bimestre.
– Meta 2: 24 artigos em 12 meses / 2 artigos por mês.
– Ação básica: visitar livrarias semanalmente / Ler 20 páginas por semana.
Área Pessoal
– Objetivo: falar inglês fluente.
– Meta: 30.12.2018.
– Ação básica: matricular-se numa escola de inglês online.
Parece difícil? Num primeiro momento sim, porém na medida em que os objetivos forem mais claros, as metas mais factíveis e os planos de mais ação consistentes, as coisas fluirão naturalmente. A mente humana é, na maioria das vezes, contraditória e, por mais que desejemos algo, os obstáculos sempre falam mais alto.
Como diria um escritor norte-americano, “o segredo de ir em frente está em começar e o segredo de começar está em repartir suas tarefas complexas e esmagadoras em tarefas pequenas e administráveis e, então, começar pela primeira”, portanto, não exagere nos objetivos nem se subestime.
Quando a ganância for maior e, da mesma forma, quando a dedicação for inferior à sua capacidade de realização, a frustração virá mais rápido e as metas se tornarão impossíveis. Sonhe alto e, de preferência, com os pés no chão.
Pense nisso e seja bem mais feliz!
Fonte: administradores.com.br