Sabe aquele modelo de currículo tradicional, onde as informações pessoais ocupam boa parte do documento? Então, é bem provável que isto faça parte apenas do passado. De acordo com o gerente da Page Personnel, consultoria de recrutamento especializada em cargos técnicos e de suporte à gestão, há algumas mudanças em curso na forma de preenchimento do currículo e que, em breve, servirão de modelo em processos de seleção.
“Há um movimento de alterações nesse sentido. Os recrutadores e as empresas estão cada vez mais de olho nos resultados que os profissionais apresentam. Quanto mais detalhes o profissional conseguir incluir sobre os principais projetos e programas que participou, maiores serão as chances dele avançar em um processo seletivo. Dados comprovados de eficiência, ganhos ou retornos financeiros costumam saltar aos olhos dos selecionadores. É por aí que caminham essas mudanças”, explica.
Conheça abaixo quatro transformações pelas quais o currículo deve passar nos próximos anos:
1) Eliminação das informações pessoais e formação acadêmica
Há uma forte tendência em países da Europa e nos Estados Unidos de não avaliar a pessoa pela idade, sexo, estado civil, origem ou nome das instituições de ensino frequentadas pelo candidato. No caso do Brasil ou até na Ásia, a cultura é diferente. “Por aqui essas informações ainda são relevantes. Mas há esse movimento de currículo às cegas, onde se privilegia o que realmente o candidato fez em sua trajetória profissional. Como há um avanço em questões de política de diversidade, há uma possibilidade dessas informações deixarem de constar no currículo”, conta o gerente da Page Personnel.
2) Foto
Na era das selfies, redes sociais de imagens e uso intensivo de celulares com câmera, incluir uma foto do candidato no CV tornou-se totalmente desnecessário. “O espaço da foto no currículo, hoje, pode ser melhor ocupada por um link para seu perfil profissional em uma rede social”, diz o consultor.
3) Resultados práticos x atribuições e responsabilidades
Muito comum ainda nos currículos atuais, o preenchimento de atribuições e responsabilidades de candidatos muitas vezes não transmitem realmente as qualidades e resultados que uma empresa busca em um profissional. O que importa agora, e muito mais em breve, serão números e resultados que comprovem a eficiência de um executivo em projetos e programas. “Fica muito subjetivo avaliar um profissional por frases como responsável por, líder de, gestor em. É preciso muito mais do que isto. As empresas querem saber mesmo quanto essa pessoa trouxe de resultados reais por onde passou. Se fez um projeto de redução de gastos, qual foi o valor? É por aí que o candidato deverá se pautar”.
4) Vídeo
Com o avanço dos recursos digitais, há uma dúvida natural quanto à continuidade do atual modelo de currículo a uma migração para o vídeo. “Não há, por enquanto, uma possibilidade disto se concretizar. Nos cargos de gerência e alta direção, é uma realidade bem distante. Pode ser que seja uma tendência para posições de suporte à gestão, mas ainda não é uma realidade. Já vale muito para processos de trainee, onde não há a exigência de muitas informações profissionais. Quando isto entra em questão, ainda é muito eficiente e válido enviar os dados por escrito ao recrutador”, pondera. “Seria mais ou menos como contratar um jogador de futebol apenas pelas imagens. No vídeo você pode editar o material e colocar o que quiser. Mas na hora de jogar a partida, as credenciais desse atleta podem ficar comprometidas. O mesmo vale para o candidato. Nada melhor como uma conversa direta e pessoal para eliminar dúvidas”, completa.
Fonte: www.mundorh.com.br