Uma pesquisa realizada no Reino Unido revelou que a felicidade no trabalho depende de um conjunto de manobras por parte das empresas. Na ocasião, 57% das pessoas decidiram se manter no emprego porque tinham um grande interesse pelo trabalho que desenvolviam, 56% ficaram graças ao bom relacionamento com os colegas, 48% porque sentiam que, no atual emprego, tinham qualidade de vida e conseguiam equilibrar trabalho e vida pessoal, e 44% ficaram no emprego porque o salário era compensador. Mas, afinal, por que você trabalha? Você tem orgulho da empresa, do caráter das pessoas que trabalham com você?
Um economista comportamental mundialmente aclamado, e professor de uma universidade, e é conhecido por seus experimentos sobre a racionalidade humana em diversos aspectos. No livro Positivamente Irracional, o professor conta um dos seus mais significativos experimentos.
O professor e sua equipe reuniram algumas pessoas para “brincarem” com Legos. Eles perguntavam aos participantes: “Quer construir um bonequinho para ganhar U$ 3 dolares?” Em seguida, perguntavam se a pessoa faria outro por U$ 2,70. Todos disseram sim. Então, traziam a seguinte questão ao participante: “Quando você terminar o experimento, vou desmontar todos os seus Legos e devolver para a caixa. Quer continuar mesmo assim?”. Ele conta que aos poucos, as pessoas foram desistindo. Enquanto eles montavam o segundo bonequinho, viam que alguém estava desmontando o primeiro, e a noção de desmotivação começava a aumentar. Algo como “você monta e eu destruo”.
Mas, o que acontece com as pessoas que trabalham nestas condições? o economista mostrou que numa condição com significado, as pessoas construíram onze bonecos na primeira, e sete na segunda rodada. Num segundo experimento, disseram e pediram para prever quantos bonequinhos a pessoa iria construir na segunda condição. Na previsão dos estudiosos, essa diferença seria de apenas uma unidade, mas acabou sendo muito maior.
Ele explica que você pode reconhecer o fato de que o significado é importante, mas ele ainda é muito subestimado. Ressalta também que as pessoas sempre acham que ele é menor do que é na realidade. “Além do pagamento, as pessoas que não gostam tanto assim de brincar com Lego, vão construir menos, e aqueles que adoram Lego construíram muito mais unidades do que os outros”. Com esta manipulação da destruição do trabalho das pessoas diante dos seus olhos, conseguiram destruir a alegria e o prazer das pessoas, mesmo as que adoram Legos.
Para o professor, muitas vezes quando falamos sobre significados no trabalho, imaginamos coisas grandiosas, mas estamos falando de significado em coisas de escala menor. “Se você quer desmotivar o seu funcionário, triture o trabalho dele. Esta é a condição ideal. Ignore o que elas fazem, sem dar qualquer reconhecimento”, aconselha, reconhecendo que muitas vezes as empresas fazem o pior: destroem o significado do trabalho de seus colaboradores. E depois ninguém sabe porque os funcionários não rendem na empresa nem 50% de sua capacidade. Afirma que a motivação natural das pessoas vem do orgulho do que fazem.
Por que você trabalha?
Ainda que a principal preocupação dos brasileiros seja manter o emprego, ter estabilidade, pagar as dívidas e sustentar a família, não dá para negar que existe um esforço tremendo para se considerar o ambiente profissional um local onde devemos buscar não só o sustento, mas também a realização. Mas, será que essas são realmente coisas compatíveis?
Uma especialista em Criatividade e professora da Harvard Business School, e já trabalhou em projetos de inovação de processos e de melhoria da qualidade e produtividade com mais de 300 equipes em diversas empresas, formou sua opinião sobre o que faz com que os trabalhadores se tornem pessoas felizes, criativas, dedicadas e produtivas.
A professora destaca que, além de uma remuneração justa, um ambiente de trabalho saudável e estimulante é a diferença que atrairá e conquistará os talentos necessários para se aproveitar as grandes oportunidades que o momento oferece. Destaca que é preciso que existam ainda os seguintes características:
Reconhecimento – um elogio sincero e oportuno tem um impacto muito positivo sobre a auto-estima dos trabalhadores. Quando concluem uma tarefa com êxito, é o que eles esperam de seu chefe.
Respeito – tratar os trabalhadores como adultos responsáveis e ser justo e leal na convivência e nas negociações com eles.
Confiança – o lado prático do respeito. As pessoas podem necessitar de orientações, mas devem saber que seu chefe confia nelas para realizarem as suas tarefas com responsabilidade.
Crescimento individual – as pessoas querem evoluir e enfrentar novos desafios. Elas devem ter oportunidades para aplicar seus talentos, aprender coisas novas e desenvolver suas habilidades.
Ambiente saudável – trabalhar com pessoas que respeitamos e gostamos, chefe e colegas, é muito importante para manter o equilíbrio emocional e ter um dia de trabalho estimulante, agradável e produtivo.
Sentimento de propósito – as pessoas gostam de saber que estão contribuindo para alguma coisa valiosa. Elas necessitam saber quais são as intenções estratégicas da organização e como suas contribuições individuais se encaixam no todo.
Coerência e persistência – as pessoas esperam que seus chefes ajam de acordo com suas próprias palavras e sejam persistentes em seus objetivos.
A professora enfatiza e defende que os trabalhadores estão cansados dos modismos efêmeros, de embarcarem em canoas furadas e serem abandonadas nas primeiras dificuldades. Neste momento, em que as empresas enfrentam uma enorme deficiência de trabalhadores qualificados, principalmente no Brasil, e travam uma dura batalha para recrutar e manter os trabalhadores mais experientes, talentosos e criativos, é de vital importância estarem atentas às suas necessidades e aspirações profissionais.
Mas como avaliar se uma empresa tem chances de ser duradoura em sua vida? Você pode começar respondendo às seguintes perguntas:
1 – Você se sente bem dentro da empresa?
2 – Você consegue ser você mesmo em qualquer situação, ou o ambiente/pessoas influenciam o seu comportamento lá dentro?
3 – Existe algo em que você acredita nos princípios da empresa?
4 – Você consegue se imaginar fazendo o que mais gosta lá dentro?
5 – Os valores desta empresa estão alinhados com os seus valores?
6 – Existe alguma sinergia entre você e as pessoas que trabalham lá?
7 – Há espaço para você crescer/se desenvolver?
8 – A empresa oferece um plano de carreira e de salários?
9 – As instalações da empresa são adequadas para que o trabalho possa ser bem desenvolvido?
10 – O ramo de atuação está em crescimento?
11 – Esta é uma empresa confiável?
12 – Você teria orgulho de trabalhar lá?
13 – Você recomendaria esta empresa para um amigo ou para um irmão trabalharem?
Pense nas respostas. Elas vão direcioná-lo para um caminho de tomada de decisão para uma vida mais feliz, não só no trabalho, mas no conjunto corpo, mente e espírito, que podem fazer toda a diferença no mercado competitivo em que vivemos.
Fonte:http://www.administradores.com.br/